Quando se fala
em Arqueologia é comum pensar imediatamente nas pesquisas feitas em superfície.
Porém, cerca de 70% do planeta Terra é composto por água, e nessas águas estão
localizados inúmeros sítios arqueológicos. São considerados sítios em ambientes
aquáticos todos aqueles que estão localizados nos mares, oceanos, rios e lagos,
ou em qualquer
ambiente
alagado.
A área da Arqueologia
que estuda esse tipo de sítio é conhecida como Arqueologia de Ambientes
Aquáticos, que nada mais é, do que uma adaptação dos métodos e técnicas da
Arqueologia para esse ambiente. Nesse caso, um arqueólogo mergulhador faz a
pesquisa de campo submerso.
A Arqueologia
tem como objetivo estudar sociedades humanas através da cultura material.
Cultura material, por sua vez, são todos os resquícios deixados por diferentes populações
ao
longo do tempo,
que vão desde utensílios cerâmicos, artefatos de pedra, documentos escritos,
construções e modificações nas paisagens até os restos humanos e de animais que
conviviam com essas pessoas. Esse objetivo se mantém nas pesquisas aquáticas.
Há uma figura
muito conhecida, a do caçador de tesouros, que desde a antiguidade saqueia restos de
embarcações naufragadas atrás de riquezas. Isso ainda é comum atualmente,
algumas empresas são especializadas em fazer buscas no fundo do mar com fins
lucrativos e mergulhadores recreativos, por vezes, retiram material dos
naufrágios. Essa prática se diferencia muito da pesquisa arqueológica.
O patrimônio
arqueológico é um bem não-renovável, desta forma, um pesquisador sério procura
estudar um sítio causando o menor impacto possível. Por vezes, é necessário
retirar algum material para uma análise posterior em laboratório, porém, já no
planejamento da pesquisa deve-se assegurar que esses artefatos sejam
conservados corretamente, em um laboratório ou em um museu. Esses objetos não
ficarão com o profissional, eles são considerados patrimônio público.
É importante
prezar pela preservação dos sítios arqueológicos subaquáticos, já que
futuramente pesquisas com métodos e técnicas mais aprimorados poderão ser
feitas. Além disso, por mais que existam técnicas de conservação de materiais,
a melhor alternativa é a conservação in situ. A mudança de ambiente pode
destruir objetos em pouco tempo, que se conservariam se estivessem no sítio
arqueológico de origem.
Ao se manter
um sítio preservado existem algumas alternativas para tornar esse patrimônio
mais próximo da população, como por
exemplo, atividades de mergulho recreativo e
a criação de museus de sítio ou virtuais. Além disso, os projetos de
pesquisa podem criar materiais para informar a população sobre os resultados da
pesquisa, ou publicá-las em algum veículo de comunicação.
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